DÓLAR – EFEITO SADAN HUSSEIN, CHAVEZ E RAFAEL CORREA

A SIMETRIA MONETÁRIA DOMINANTE DO DÓLAR E AS ASSIMETRIAS ECONÔMICAS NO FENÔMENO GUERRA DAS MOEDAS – O EFEITO SADAN HUSSEIN – CHAVEZ E RAFAEL CORREA!

No trabalho Guerra das Moedas escrito em 1998, com ineditismo e originalidade, eu previ a luta entre o que cognominei de “placas monetárias”. Os americanos naquela época constatando que os europeus partiam para a criação de fato do euro, com receio de que a nova moeda fizesse concorrência ao domínio internacional do dólar, passaram a estabelecer um currency board – processo de dolarização – em alta ( o dólar estava mais alto que as moedas europeias com exceção da libra). Neste artigo eu previ que o plano americano só daria certo se ele fizesse uma maxidesvalorização do dólar. No artigo escrito antes, O Dólar e o Real, eu estabeleci a comparação entre os dois sistemas monetários e os perfis econômicos dos dois estados, EUA e Brasil, dizendo que se este modelo de currency em alta servia para os EUA, no entanto, não servia para o Brasil, fazendo com que houvesse um processo de desindustrialização no país. Em 1998 todas as pessoas diziam que o Plano Real era a maior descoberta da era Fernando Henrique. Somente eu, isoladamente, combatia este plano descrevendo o processo pernicioso de endividamento do país que além da venda dos ativos nacionais causou uma debacle de perda de divisas de 70 bilhões de dólares mais o endividamento de 760 bilhões de reais que foram repassados diretamente para o governo Lula (dolarizados) – a dívida legada pelos militares para o regime democrático foi de 60 bilhões de dólares. Ora, os americanos a partir do ano 2000, conforme o acordo PLAZA, desvalorizaram o dólar a partir desta data sendo que em 2004 houve mais uma desvalorização que foi detectada por mim através do artigo Câmbio em que bradei que os americanos começavam a realizar de um Currency em Alta, um looping para o estabelecimento de um Currency em Baixa. Em 2007, no artigo Dólar: O Portal para o Mercado, eu estabeleci, definitivamente a expressão que rezava que a força do dólar era sua fraqueza como um vírus de software no sistema monetário mundial e que isto causaria uma crise econômica muito grande na Europa. Ora, o sistema de simetrias e assimetrias, respectivamente, monetária e econômicas, foi estabelecido pelo Dr. Robert Mundell, prestigiado professor da Columbia University que, na época, havia ganho o prêmio Nobel de Economia em razão de sua tese utilizada pelos americanos e pelos europeus para o estabelecimento do euro. O modelo americano, da época, ano 1998, não funcionou pois que os países emergentes que estavam neste modelo sofreram um amplo processo de desindustrialização e foram todos , um a um, caindo como bola da vez, como eu previra em muitos artigos publicados no Jornal do Comércio e na Gazeta Mercantil do Rio Grande do Sul. Estes artigos foram publicados em meu site na Universidade Federal e alguns deles foram publicados no livro o Projeto Democrático de minha autoria. Escrevi outro artigo, no jornal do Comércio sob o título Guerra das Moedas: A sorte de Lula. Neste artigo eu demonstrava que o governo Lula teve uma atuação muito eficiente em razão de se situar entre os dois fenômenos urdidos pelos americanos, o currency em alta e o currency em baixa, que lhe permitiram um “respiro” não sofrendo os efeitos nem de um nem de outro. Com a transmissão do cargo de presidente para Dilma Rousseff esta já pegou o início dos efeitos do estabelecimento do currency em baixa que é a queda constante do dólar perseguindo a queda do yuan chinês. Expliquei em outros artigos que a China é uma ditadura comunista e que não permite a discussão de salários nem direitos trabalhistas facultando um dumping social que se reflete – conforme a teoria marxista, na chamada mais valia – no preço das mercadorias que são ainda potencializadas pelo dumping monetário chinês. Assim é que todo o capital internacional, após o fim da guerra fria com a queda do muro de Berlim, em 1989 e a partir desta data, com o transbordamento do capital, dos estados nacionais, para o âmbito internacional, foram estes capitais migratórios se fixarem na China, através da política já antecipada pelo inteligente presidente Nixon que findou a guerra do Vietnã e estabeleceu as premissas no jogo de xadrez internacional para bloquear a Rússia selando a paz com a China que absorveu e passou a ser a base do capital internacional concorrendo através do dumping social e monetário, pela exportação de suas mercadorias baratas, para todas as nações do mundo. Ora, neste tempo constatamos uma das maiores guerras modernas em que a nação americana usando de seu poderio tecnológico, pretextando que o Iraque tivesse armas nucleares, invadisse seu território. Do ponto de vista logístico e geoestratégico na realidade os americanos davam uma resposta ao onze de setembro e a desmoralização do abatimento de suas duas torres que, apesar da ignomínia do terrorismo e da violência utilizada, reeditam uma epopeia da luta dos mais fracos contra os poderosos, como Davi contra Golias ou até o drama de Odisseu ou Ulisses, rei de Ítaca, ilha grega, na guerra contra Tróia. O célebre Cavalo de Tróia. O feito kamikaze dos terroristas, embora pérfido como a traição japonesa de Pearl Harbour, mais pérfido ainda, por ser contra um alvo civil – semelhante a Hiroshima e Nagasaki – ficou nos anais da guerra como um feito que se tornará nos milênios como uma lenda. Por trás disto tudo, da ligação com o Afganistão e suas cercanias, o Irã, na realidade os americanos e a própria Europa – OTAN – pretendem a garantia da energia do mundo moderno: O PETRÓLEO que abastece toda a movimentação de sua tecnologia moderna que até o momento não encontrou energia substitutiva em escala econômica e abundancia. Aí está o furo da bala contra o estabelecimento da SIMETRIA MONETÁRIA que visa concatenar as ASSIMETRIAS ECONÔMICAS. Constata-se assim que existem ASSIMETRIAS ECONÔMICAS ESSENCIAIS e uma destas, sem dúvida, é a produção de petróleo que está situada em pouquíssimos países. O ditador Sadan Hussein, muito mais do que possuir misseis nucleares ou ter o poder de construir estes artefatos, na realidade praticou o maior crime que se pode fazer contra o sistema de poder internacional hegemônico dos EUA e da EUROPA. Ele, o ditador Sadan Hussein, utilizou a commoditie petróleo, fazendo açambarcamento e utilizando a mesma para destruir ou, ao menos, tentar destruir as economias das duas potências mundiais referidas. Pagou um preço muito caro com a destruição bélica de seu país, a sua ocupação e ainda, sendo condenado a morte e executado, no próprio território de seu país devidamente ocupado pelos vencedores. Assistimos na Venezuela, um dos países do planeta que tem uma das maiores reservas de petróleo em seu território, através da política de Chaves, que agride os americanos e europeus, através de palavras, mas, no entanto, libera sua commoditie, o petróleo, sendo um dos maiores exportadores de petróleo para abastecimento do mercado norte americano. Desta forma Chaves ou quem lhe substitua, deverá sempre negociar sua riqueza livrando-se assim de sofrer uma invasão bélica ou uma intervenção direta em seu território que poderia se dar através mesmo do território da Colômbia ou de qualquer uma das Guianas. Substancialmente este receio estratégico está calado na consciência do dispositivo militar venezuelano sob a batuta do chavismo. Quando Dilma e Guido Mantega foram a OMC e ao G20 queixarem-se do efeito Guerra das Moedas consideram que uma pressão política bastaria para conscientizar as nações a lutarem contra os efeitos nefastos do fenômeno Guerra das Moedas. O problema maior é que a China, peão no xadrez das multinacionais corporações, não abrirá mão de sua soberania, como potência agora de primeira classe, continuando a gozar dos benefícios deste capital que lhe é aportado e da transferência de tecnologia, para complementar o seu amplo desenvolvimento que faz com que seu PIB tenha crescimento constante de dois dígitos. Uma guerra com o Japão por pequenas ilhas seria o começo de um processo de congelamento do efeito China na economia mundial?! Ou seria na realidade o artifício da sapiência oriental através da Arte da Guerra ministrada pelo general Sun Tzu, para protelar os efeitos da desvalorização de ambas as moedas, tanto o yuan chinês, como o yen japonês, mantendo as vantagens comparativas de ambas as moedas??! Vários outros itens, além do petróleo, são vantagens comparativas ou mesmo assimetrias monetárias dadas pelas condições históricas territoriais, como o minério de ferro exportado pelo Brasil e que vem, através do aço chinês e japonês, fazer concorrência com nossa indústria. Assim é que, nenhuma nação no mundo, dona de vantagens comparativas assimétricas, como as que descrevi e outras mais importantes, tem coragem ou condições de fazer frente, através de um açambarcamento de suas exportações destas mercadorias específicas, como fez Sadan Hussein, para trancar ou fazer frente ao fenômeno GUERRA DAS MOEDAS pois a SIMETRIA MONETÁRIA só se mantém enquanto as ASSIMETRIAS ECONÔMICAS ESSENCIAIS TAMBÉM FOREM MANTIDAS COMO CONDIÇÃO DE EQUALIZAÇÃO TOTAL DO SISTEMA, isto é dizer que o poder da SIMETRIA DA MOEDA AMERICANA só dará certo se todas as assimetrias essenciais (vantagens comparativas naturais) continuarem a ser patrimônio do COMÉRCIO INTERNACIONAL ATRAVÉS DE EXPORTAÇÕES PARA OS PAÍSES CARENTES. (ATENÇÃO: A análise crua e real dos eventos não importa na minha adesão intelectual ou ideológica pelas alternativas dadas, como aquela tomada por Sadan Hussein ou a Al Oquaeda, pois minha análise é simplesmente fática e racional dos efeitos obtidos dentro do sistema do GUERRA DAS MOEDAS)
PROF. SÉRGIO BORJA –DIREITO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA PUCRS

OS LÍDERES DO “SOCIALISMO SUL AMERICANO” CHAVEZ E RAFAEL CORREA DO EQUADOR – Enfrentam os americanos só através da palavra incendiada, do proselitismo político, pois na verdade Chavez alimenta o mercado americano com petróleo venezuelano e Rafael Correa, que ganhou recentemente as eleições para outro período a frente do Equador – pequeno produtor e exportador de petróleo – este último estabeleceu, como Doutor em economia a coisa mais inteligente que poderia para seu país: Já entrou no processo de currency board tendo plena dolarização e paridade com o dólar. Por que é possível isto no Equador?! Por que o Equador não tem uma indústria autócne desenvolvida que sofreria concorrência dos tigres asiáticos, Japão e China. O Equador tem as chamadas vantagens comparativas com o seu petróleo, atum, cacau, café etc, e as vantagens comparativas naturais num sistema de currency board ou dolarização são potencializadas ao máximo. Assim o Equador está com um alto incremento em sua economia graças a inteligência de seu presidente “esquerdista” – na realidade um gramchista. O Brasil, pela sua alta sofisticação produtiva tem vantagens comparativas como o soja, o açúcar, o minério de ferro, o fumo, a carne bovina, etc, mas, no entanto sua atividade secundária ou manufatureira sofre com o gargalo dos limites do chamado custo Brasil: impostos estratosféricos, alto custo social com os empregados, regulações excessivas; infraestrutura viária e de aeroportos e portos sucateada; ensino em decadência em face dos baixos salários dos professores e da falta de investimento em infra-estrutura o que se reflete na falta de qualificação de uma mão de obra; estrangulamentos energéticos com relação ao petróleo pois a Petrobrás está com seus preços congelados, de forma similar aos regimes militares, para que os custos da energia não se reflita nos índices inflacionários; a DEMOKRATURA brasileira herdou uma infraestrutura dos regimes varguista e militar e não conseguiu expandir a construção de estradas, portos e aeroportos tendo uma opção pelo transporte via caminhão e automóveis sacrificando o transporte em atacado via trem, navios e a construção de portos, estradas de ferro e vias interligadas entre as bacias fluviais. Estas situações em face ainda do DUMPING MONETÁRIO – pelo efeito Guerra das Moedas; pelo efeito do DUMPING SOCIAL – os países orientais não possuem direitos sociais e previdenciários para seus trabalhadores sendo que a China é uma ditadura onde estes assuntos não podem ser discutidos – levam o Brasil a ter de desvalorizar sua moeda através de vários mecanismos como 1) expansão da sua base monetária – Dilma, Mantega e Tombini fizeram uma expansão de 50% de maio até outubro de 2012; queda da taxa Selic; aumento da oferta de crédito com baixos juros; diminuição dos depósitos compulsórios dos bancos; abertura ampla de financiamento imobiliário e do crédito como um todo fazendo com que o mercado monetário tenha uma grande liquidez o que, por sua vez, fez com que o processo inflacionário e o processo de paradoxismo monetário começasse a mostrar suas unhas. Com o que eles fizeram o dólar apreciaria para mais ou menos 4,5 mas acontece que se houvesse isto haveria por outro lado um processo de inflação de preços de outro lado – além do causado pela valorização do dólar e pela grande oferta de moeda e crédito – pois vários itens das exportações são vitais para o Brasil, como por exemplo, trigo para o pão, e gasolina e petróleo pois o Brasil não é autossuficiente nestes itens e alguns outros mais. Assim é que o governo através de swaps reversos manteve o câmbio monitorado a razão de 2,00 alguma coisa a cima ou abaixo, até as eleições, utilizando-se do que chamei de doping eleitoral – passando esta e os efeitos de sua política sendo visíveis – processo inflacionário – DEFLAÇÃO – recessão com inflação – o governo teve de deixar o dólar flutuar para baixo, com uma leve valorização do real, para que cesse o processo inflacionário e ao mesmo tempo financie a aquisição de petróleo no exterior equilibrando a balança de pagamentos. O governo terá até as novas eleições, daqui a dois anos, gordura para ganhar novamente através de métodos endógenos de controle da flutuação do dólar frente ao real na relação diretamente proporcional ao seu estoque de divisas que ficarão cada vez mais escassas com o acendimento das luzes vermelhas, como já está acontecendo, com o vermelho do balanço de pagamentos, das contas correntes etc…Não saberia calcular o tempo da crise mas que ela virá virá pois, se não destruir os direitos dos trabalhadores e dos funcionários estatais destruirá as industrias autóctones e sua produção que não tem condição de competitividade com as situadas no Oriente. A oscilação do dólar frente ao real será aquela conforme a política do governo e este não se pode prever para que lado irá. Tenho dito.

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