A GREVE DOS TRABALHADORES E A GUERRA DAS MOEDAS

A GREVE DOS TRABALHADORES E A GUERRA DAS MOEDAS

Por uma questão de convicção ideológica no sentido de que a Social Democracia é uma mesotes aristotélica ou um meio termo entre os extremos capitalista e comunista eu deveria incentivar e lutar pela defesa dos direitos materiais de segunda geração dos trabalhadores. No entanto fui eu que em 1998, no auge do Plano Real liberal de Fernando Henrique Cardoso descobri o processo que cognominei Guerra das Moedas que, conforme minhas previsões, detonariam aquele programa monetário como, concomitantemente, acelerariam a dívida pública nacional. Com o passar do tempo as duas possibilidades se realizaram mas as ilações oriundas da tese Guerra das Moedas passaram a fazer a previsão de outras situações, condicionados os parâmetros originais da teoria, as mutações, oscilações, da zona endógena e exógena, respectivamente em razão de políticas internas nacionais e reflexos de situações internacionais que interagem entre si propiciando mutações de cenários e efeitos que geram crises econômicas, sociais e políticas. A base da teoria Guerra das Moedas é a Globalização ou Mundialização onde os estados nacionais de compartimentos soberanos estanques passam a um processo de vasos comunicantes em razão da expansão do comércio internacional a partir da queda do muro de Berlim em 1989 fruto da implosão da URSS que, apesar da glasnost e perestroika formulada por Gorbachov, não evitaram o desmoronamento daquela potência deflagrado à partir de 1986 pelo envolvimento dela na guerra do Afganistão que foi, analogamente, seu Vietnã. A sinergia de expansão das Trans Nacionais Corporations, em razão da garantia de não desapropriação nacionalistas através da tutela dos entes multilaterais de Bretton Woods, FMI, GATT, OMC, Word Bank, etc, aliados ao regionalismo, transformaram o velho cenário da guerra fria bipolarizado entre mundo livre e cortina de ferro e bambu, num cenário de tripolarização entre América, com seu Nafta, Mercosul e outros; Asia com Asean e Europa com a celebração da União Européia. A aliança da China com os Estados Unidos da América costurada a partir do governo Nixon propiciou com as reformas ali elaboradas uma união incrível, numa nova reinterpretação da teoria granchista formulada pelo socialista Antonino Granschi em seus Quadernos. A China, com as reformas de Deng Xiaoping propiciam a construção eclética de um legítimo shopsue econômico em que o regime comunista permite que as multinacionais mundiais façam investimentos em seu território e inclusive possam transferir plantas inteiras industriais para produção no sul da China absorvendo as idéias de Zhou Enlai. Assim é que neste cenário situa-se o chamado conceito de Guerra das Moedas pois, a partir de 1961, conforme constatação de Robert Triffin, em seu conceito ou paradoxo de Triffin, os Estados Unidos da América que tinha lastro ouro para ancorar sua moeda, o dólar, passa a emitir moeda sem este lastro para acompanhar e solver a expansão dos negócios mundiais, solvidos em dólar, em razão do não acompanhamento da expansão do ouro na mesma proporção e também do alvitre político de risco assumido numa moeda que passa a ser meramente FIDUCIÁRIA (de confiança dos usuários na solvência do emitente). Se o dólar, hoje detém mais de 78% da solvência dos negócios e contratos mundiais esta expansão de crédito público, da dívida americana em dólares, teve uma sinergia inflacionária que atinge visceralmente o valor da moeda dólar mas que é compensado, de alguma maneira, pelo efeito “parking” ou de estacionamento de dólar no bolso dos habitantes do planeta que estocam dólar à maneira antiga, em baixo da cama e do travesseiro, pois o dólar é o símbolo da liberdade de ir e vir no planeta pois tem liquidez, solvabilidade em quase todas as partes do planeta. Por outro lado, as indústrias e negócios que são originárias do hemisfério norte e suas nações desenvolvidas passam a aterrissar e aportar na China em busca de suas vantagens comparativas notadamente na disponibilidade de um contingente de trabalhadores orçado em 800 milhões de operários com custos trabalhistas, custos sociais, reduzidíssimos, em razão da inexistência de direitos trabalhistas sociais como os existentes no Brasil do constitucionalismo social onde as constituições herdaram e fazem parte do bloco social democrata criado por Getúlio Vargas e o tenentismo do cedo na revolução de 30. Getúlio dizia que éramos a meia estação entre o capitalismo e o comunismo, seja, a social democracia. Este regime protraiu-se nas constituições de 1934, 1937, 1946, 1967, 1969 e 1988 que é a cúspide do aperfeiçoamento histórico do constitucionalismo social no Brasil adicionando ainda direitos de terceira geração, quarta e quinta geração, como aqueles bioéticos, os do consumidor, os do entorno do meio ambiente, etc  Assim é que a China, com dumping social, pois não atribui direitos de férias, jornadas de trabalho, insalubridade, periculosidade, previdência, etc, retira do custo inicial da produção estes cálculos que não vão ser incluídos no preço final de suas mercadorias, aliando a isto, uma mais valia complessiva em que 800 milhões de operários com custos baixíssimos de alimentação e moradia, também na razão direta, por terem custo de manutenção da vida baixo, assim na ordem direta também tem salários baixos transferindo para o capital UMA MAIS VALIA extraordinária que alivia mais custos que não vão estar embutidos em suas mercadorias que atingem uma competitividade absoluta em concorrência com os externos; não bastando isto a ausência de taxações absurdas aliado ao dumping monetário ou rebaixamento constante do Renminbi RMB ou Yuan (moeda do povo), da mesma forma, frente ao dólar e uma cesta de moedas gradualmente sobre um rebaixamento lento e seguro, fazendo assim, que a mais valia interna absoluta de um mercado fechado, não absorva as distorções e oscilações da interatividade com o mercado mundial, fazendo com que a China seja uma autarquia que possibilita a manutenção do congelamento do salário baixo com a consequente manutenção da qualidade de vida através do congelamento concomitante dos custos de alimentação e habitacional fazendo assim que esta política propicie a constância absoluta da competitividade de suas mercadorias de exportação que inundam, com esta MAIS VALIA ALIADA À DUMPING SOCIAL E DUMPING MONETÁRIO que atribuem COMPETITIVIDADE INVENCÍVEL que são a aríete de demolição ou o cavalo de tróia do liberalismo das multinacionais que inundam e destroem o regime do DEVE SER , seja, a Democracia Social em terras de Europa, América do Sul e outros continentes. A conexão ao mercado internacional de todos os estados nacionais faz com que por superávit ou déficit suas políticas sofram abalos constantes em razão da compra ou venda dos dólares oriundos do comércio internacional ou para suprir o comércio internacional e o seu balanço de pagamentos e contas correntes, afetando juros, emissão monetária para compra de dólares com aumento potencializado de dívida interna, enfim, efeitos estes que, através das exportações ou importações, respectivamente, pela ordem, afetem seu custo interno de alimentação e por sequência o custo dos salários e assim o aumento do custo das mercadorias produzidas e consumidas influenciando ou não o processo inflacionário endógeno por indução externa; da mesma forma, por importação, fazendo com que plantas autóctones concorrentes com semelhança de produção, sejam visceralmente erradicadas pois oneradas com custo social alto de suas leis trabalhistas, impostos, alimentação e produtos de consumo aumentados pela exportação que onera a sobrevivência e força o aumentos dos salários; façam com que estas empresas passem a falir e a fechar pois carentes de competitividade em razão do aumentos de seus custos internos. O Brasil sofre exatamente deste último processo pois quando mais exporta alimentos faz com que estes alimentos rareiem no seu interior e fiquem mais caros para sua população, influenciando o processo de inflação por indução de exportações; ao mesmo tempo se dá um processo de inflação por emissão de crédito impostor, como no governo Dilma, e posteriormente, no governo Temer uma valorização de um terço no câmbio, que acarreta que aquela inflação de Dilma ocorrida nominalmente com valor do real abaixo do dólar, com a valorização do real ante ao dólar, importe imediatamente para o custo interno o custo monetário desta valorização em dólar. Todo este processo se reflete, no governo Dilma como ESTAGFLAÇÃO e no governo Temer como ESTAGNAÇÃO em razão dos altos custos da máquina estatal e seus funcionários dos três poderes, aposentados, etc, que drenam uma percentual que diminui a capacidade de investimento e que , como já disse, inflado por Dilma em reais nominais pela sua inflação, com a valorização do real, por Temer, ante o dólar, tornam o custo estatal e o custo da produção na Sociedade Civil, valorizado em dólar para um terço , traduzindo-se tudo isto em mais PERDA DE COMPETITIVIDADE. A tentativa de desoneração de custos de uma previdência deficitária na ordem de mais de 70%, o arremedo ridículo de desburocratização e do loteamento do estado pela Partidocracia, verdadeira casta, não é suficiente e seus números são ridículos, para diminuírem a enorme carga que pesa sobre a Sociedade Civil de custos transmitidos por um Estado incompetente para gerir seus fundamentos sociais democráticos que são constestados nas ruas pela população desde 2013. A perda de direitos sociais, através de uma flexibilização laboral, por leis e emendas feitas recentemente pelo Congresso, assim como a Reforma Previdenciária, não serão capazes de inverter o fluxo degradante de nosso ambiente interno gerado pela importação da inflação e da competitividade das multinacionais localizadas na planta asiática. Os trabalhadores e seus sindicatos operacionalizados e ocupados quase todos como máquinas políticas e braços dos partidos políticos, a mesma partidocracia do compadrio, não tem suficiente poder para alterar o QUE REALMENTE DEVERIA SER ALTERADO seja a política internacional da OIT ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO que está tomando uma goleada globalizada e mundializada, pois o capital das multinacionais aliado e baseado na Ásia, com sua competitividade absoluta detona todos seus direitos e seus postos de trabalho. Assim é que Europa e Américas já sentem esta concorrência e as políticas do BREXIT e de TRUMP, em sequência, são uma reação ao processo de internacionalização e mundialização baseado neste modelo em que o comunismo, através de sua ditadura, racionaliza custos e moeda, propiciando ao capital ali baseado a destruição do capitalismo mundial nos termos que conhecemos e principalmente dos direitos sociais trabalhistas e previdenciários de todos os operários das nações da Europa e das Américas. A política de Trump e o Brexit são uma busca de, através  do nacionalismo e das guerras, truncar o livre comércio para assim defender o seu capitalismo nacional e seus postos de trabalho interno em suas nações originárias pois, a longo prazo, na manutenção deste cenário em que a China serve de base para o capitalismo, esperar que seus operários e trabalhadores se organizem e ganhem direitos semelhantes aos nossos, levará senão séculos dezenas de anos que, quando forem atingidos nós todos que vivemos em democracias sociais externas já teremos todos os nossos direitos aniquilados e os chineses, pelo progresso interno de uma possível democracia, recém estarão conquistando seus direitos. A alternativa de Trump e do Brexit inglês é sair deste cenário e de uma forma de reconquista do mundo nacionalista ou de uma internacionalização sob o comando dos estados nacionais e não das trans nacionais corporações, volte-se assim a antiga GUERRA FRIA para que se cortem os vínculos e a circulação absoluta de capital, moeda e gente deslocada por interesses comerciais e pelas guerras locais através de refugiados, para que assim se restabelecem os parâmetros da Guerra Fria e, sem guerra atômica, as nações consigam encontrar um ponto de convivência com o gigante chinês que tem um contingente de operários e trabalhadores maiores que quase todo o restante do mundo ocidental. A resistência dos trabalhadores de nada adiantará pois a destruição do ESTADO SOCIAL E PREVIDENCIÁRIO se faz através da conexão com o processo de mundialização e globalização nestes termos. Voltar a viver o fechamento do mercado interno?!!!! Se tivéssemos um modelo tipo China ou um modelo tipo regime militar, com zonas de mercado comum restritas, tipo sul da China, conseguiríamos sair deste imbróglio mas haveria o sacrifício da democracia e da liberdade de expressão em todos os sentidos imagináveis!!! Há consenso para isto…será que a sociedade brasileira quer retornar na história para um regime desta natureza???  Será que a criação de guerras externas não levará a uma nova remodelação das políticas internas à semelhança do que tivemos na primeira e segunda guerra mundial sendo que nesta última ditaduras espoucaram em série por toda a América Latina??!!!  Vivemos tempos tenebrosos e difíceis e em face da pouca capacidade de articulação governamental de nações com vocação para defesa dos direitos sociais e previdenciários dos trabalhadores a capacidade de ativação e defesa internacional dos direitos dos trabalhadores que deveria projetar e introjetar na China e países do asiáticos uma luta pela conquista dos direitos dos trabalhadores destes países, em termos atual, esta articulação é um sonho utópico e parece irrealizável!!! Assim é que, eu embora seja um SOCIAL DEMOCRATA VISCERAL pois me formei e venci como TRABALHADOR e não através de CAPITAL por ventura herdado, eu, chego a conclusão, em razão das categorias determinantes de minha teoria, que não possui ideologia mas meramente fatores econômicos atuantes e condicionantes, que apesar do direito de espernear dos trabalhadores, seus sindicatos já deturpados e corrompidos pela partidocracia abjeta que nos domina e aparelha Estado Nacional e Entes como Sindicatos, Universidades, Conselhos Profissionais e a máquina da Administração Indireta, todos unidos, corrompidos pelo aparelhamento e por suas práticas míopes que não divisam o processo global como um todo, numa luta fraticida levarão o Brasil para um parto que já disse e repito, será semelhante ao do norte africano, dos Pigs que foi interrompido pelo financiamento da Alemanha; da Siria que foi interrompido pela intervenção Russa em aliança e manutenção aquela ditadura de Bashar Hassad; assim é que Marine Le Pen, perderá eleições agora mas ela ou um sucessor, frente ao caos econômico que contaminará a França, prisioneira da Alemanha, e frente aos custos econômicos e financeiros e econômicos desta na manutenção dos PIGS Espanha Portugal Itália Irlanda e Grécia, mais dias menos dias terão de optar pelo BREXIT total…Só o cenário de guerras que estão sendo inventadas poderá dar uma solução de retorno ao cheque da Rainha e do Rei feito pelo Dragão Chines e este retorno a política nacional será um retorno aos regimes discricionários que paradoxalmente e contraditoriamente, propiciarão a salvação dos direitos sociais e previdenciários dos operários e trabalhadores encerrados aí no espaço nacional que regula, através de válvulas , a convivência equilibrada e possível com o cenário externo. Infelizmente meu humanismo e minha visão em prol de uma redenção otimista e humana do Homem e da Mulher, no século XXI, não vislumbra nenhuma saída que valorize a UTOPIA!!! Infelizmente…nosso Brasil…seguirá em crise…neste processo de ESTAGNAÇÃO….esperando um processo externo que de uma forma ou outra prejudicará ainda mais o processo de parto interno com grandes possibilidades de eclosão de grandes desordens sociais internas frente a irascibilidade e irracionalidade das posições demagógicas e populistas que dominam as mentes das classes menos estudadas e que possuem uma visão simplificada do que seja a exploração do homem pelo homem reduzindo-a a visão comunista ou socialista enquanto que os processos de interação mundial alteram as teorias, como a de Antonino Granschi, que do âmbito interno da autofagia de classes sociais passa para a autofagia estatal de classes e nações através do cenário altamento complexo de Guerra das Moedas!

JABOATÃO DOS GUARARAPES…ONDE NASCEU A PÁTRIA…NO DIA DA GREVE NACIONAL EM 28.04.2017       QUOSQUE TANDEM CATILINA ABUTERE PATIENTIA NOSTRA….

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