GUSHIKEN ABSOLVIDO PELO MINISTRO JOAQUIM BARBOSA?!!!! LEIA O TRECHO DA PETIÇÃO DE IMPEACHMENT DE LULA QUE CITA O RELATÓRIO DA CPI DO MENSALÃO

Ora, é impossível não divisar um quadro que conflui como aquele quebra-cabeça publicado, corajosamente, pela revista Veja, e que, em olho de matéria, às fls. 48 da edição de 19.04.2006, afirma, sob o título de O SUJEITO OCULTO: O nome de Lula não aparece no texto da devastadora denúncia do procurador-geral, mas as peças do esquema, juntas, formam a imagem do maior beneficiário de tudo: o presidente.
Quando, o Excelentíssimo Senhor Presidente, apesar da inclusão do nome de LUIZ GUSHIKEN na denúncia feita pelo Procurador Geral da República, mantém este seu companheiro no governo, apesar de seu indiciamento, conforme a notícia abaixo, então não há porque não caracterizar a ocorrência do ilícito de responsabilidade política como quer a Lei 1079/1950. Eis a notícia da persistência no erro:

13/04/06 às 20:32 Luiz Gushiken permanece no governo apesar de denúncias
BRASÍLIA – O ex-ministro da Secretaria de Comunicação de Governo e atual chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos, Luiz Gushiken, não vai deixar o cargo que atualmente ocupa no governo, apesar de ter sido denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF), junto com mais 40 pessoas, pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, por envolvimento em irregularidades no esquema operado no Congresso pelo PT por intermédio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
A garantia foi dada pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira, depois de os dois terem uma nova conversa, a bordo do Aerolula, no trajeto entre Brasília e São Paulo. Dos denunciados, Luiz Gushiken é o único que mantém função no governo, apesar de não integrar mais o chamado núcleo duro, que inclui os principais assessores e mais próximos auxiliares do presidente da República.
Gushiken, que já havia colocado seu cargo à disposição do presidente Lula outras vezes em que seu nome foi envolvido em acusações que poderiam prejudicá-lo, voltou a dizer ao presidente que ele poderia ficar à vontade para afastá-lo da atual função que ocupa, caso considere conveniente, ou esteja se sentindo incomodado com a sua presença.
Hoje, Gushiken foi de carona com Lula para São Paulo e os dois puderam conversar mais uma vez. Lula reiterou que quer que Gushiken continue tocando o projeto de qualidade de ensino, junto com o Ministério da Educação e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Projeto 3 Tempos, com estudo sobre os principais problemas do país e a idealização de soluções. Como educação foi considerado o problema mais grave, o trabalho de Gushiken está concentrado neste tema, primeiramente.
No Palácio, a avaliação é de que não há motivo para o presidente Lula afastar Gushiken, já que ele está desenvolvendo um projeto estratégico para o desenvolvimento do país, que não envolve nenhum tipo de questão política ou decisões de governo. Mas lembram que Gushiken não tem apelo ao cargo e que se o presidente achar melhor, sai a qualquer hora.
Ao mesmo tempo em que trabalha nestes projetos, Gushiken prepara sua defesa no processo a ser aberto pelo STF e assegura a todos que não há motivos para seu nome ter sido incluído na lista de pessoas denunciadas pelo procurador, e são infundadas as acusações do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato.

O Relatório Final, em seu texto, às páginas 574 e seguintes traz sérias acusações ao Sr. Luiz Guhiken, como se depreende da leitura:

“Desta forma, fica clara a conivência da diretoria do Banco do
Brasil na operação de adiantamento, transferindo recursos que serviram de
lastro para parte dos pagamentos realizados pelo Valerioduto.
O Diretor de Marketing da instituição assumiu a participação
de outros diretores e apontou o Sr. Luiz Gushiken, então Ministro da
Comunicação, como a autoridade que teria ordenado os repasses
antecipados de R$ 53,8 milhões à DNA. De acordo com Pizzolato, a
responsabilidade pela contratação da agência também teria sido de
Gushiken e contou com a anuência do Presidente do Banco do Brasil,
Cássio Casseb, e de outros diretores do banco, conforme disse em
reportagem publicada pela revista Istoé, em edição do dia 16/11/2005.(grifei)
Diante desses fatos, esta CPMI convocou novamente o ex-Diretor de
Marketing do Banco do Brasil com o intuito de esclarecer o teor das
denúncias a ele vinculadas. Em depoimento de 07/12/2005, Pizzolato
afirmou que recebeu ordens expressas por parte do ex-Secretário da Secom
para que assinasse a nota autorizando o repasse antecipado de R$ 58,3
milhões à DNA:
Relatório Final dos Trabalhos da CPMI “dos Correios”
Volume I – Pág. 575
29/3/2006 – 3:22 575
O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Mas o Ministro
Gushiken sempre disse “assine o que é preciso assinar”.
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO – Sim, senhor. No caso dessa
nota específica, ele disse: “Assina, porque não há nenhum problema.
Isso é bom. O Banco vai ter mais…
Henrique Pizzolato declarou que assinou tal documento e
consultou o Presidente do Banco, o Diretor de Varejo e Distribuição, e os
três conselheiros do Banco que eram os responsáveis pelas ações do Banco
em relação à Visanet. De acordo com Pizzolato, todas essas pessoas
demonstraram documentalmente que esse procedimento era efetivado
desde a criação do fundo.
O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Uma ordem, então o
senhor estava, do ponto de vista hierárquico, subordinado a uma ordem
do Ministro e não do Presidente do Banco? V. Sª consultou o Presidente
do Banco ou o sistema colegiado para tomar essa decisão? Porque V. Sª
falou sempre aqui em instâncias de deliberações, em hierarquia, e que
eram tomados sempre em colegiado. Nessa questão de dar o “de
acordo”, que V. Sª deu, foi obedecendo ao Ministro Gushiken?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO – Consultei o Presidente do
Banco, já relatei no início, consultei o Diretor de Varejo e Distribuição,
os três conselheiros do Banco, que eram os responsáveis pelas ações do
Banco junto à Visanet, e todas essas pessoas me disseram, me
informaram, me mostraram documentos, que o procedimento já era um
procedimento anterior, que vinha desde a criação do fundo. Me exibiram
pareceres jurídicos de que não havia nada de desconforme naqueles
procedimentos. Procurei tomar as precauções que estavam na alçada da
Diretoria de Marketing, no entanto a parte contábil, a parte tributária ou
a engenharia financeira não competia à Diretoria de Marketing.
O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Não ocorreu a V. Sª
nunca que essa é uma administração temerária, se adiantar recursos
públicos, recursos de uma estatal para uma empresa de publicidade?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO – Senador, essa decisão não
era da minha alçada, até porque o repasse de recursos não era feito pela
Diretoria de Marketing. Os recursos saíam, e eu demonstrei isso, do
Fundo Visanet para a agência. Eu era informado do valor que estava…
desculpe, a disposição na Visanet quando chegava a nota.
Relatório Final dos Trabalhos da CPMI “dos Correios”
Volume I – Pág. 576”