DÓLAR: SEU VALOR ATUAL E FUTURO

DÓLAR: SEU VALOR ATUAL E FUTURO

FENÔMENO EXÓGENO: Conforme previ em 1998, no dia 15.07, no artigo Guerra das Moedas, a teoria de Robert Mundell, só daria certo, se os Estados Unidos da América fizesse uma maxidesvalorização do dólar. Esta nação só começou a fazer isto a partir de 2004 quando escrevi o artigo Câmbio publicado no Natal deste mesmo ano. Assim é que os americanos através do FED depois de estabelecerem um currency board ou a dolarização através de um sistema de alta – em 98 o dólar era mais alto que as moedas europeias com exceção da libra – o que não deu certo como eu já desde 1997 já criticava o sistema do Real o sistema Menem e todos os que acompanharam esta alternativa. Em 2007 escrevi o artigo Dólar: O Portal para o Mercado dizendo que a força do dólar era sua fraqueza ou vice versa. A queda do dólar não o levaria a extinção mas reforçaria através da escala globalizada o estabelecimento de um currency board em baixa que levaria todas as nações a um acoplamento necessário a esta moeda sob pena de desiquilibrar-se o ambiente interno destes estados nacionais em razão da disparidade do câmbio de sua moeda com o dólar. O fundo do poço do dólar é o valor mínimo que pode estar o yuan chinês. Quando a China, internamente reagir através de seus operários contra a ditadura interna que força seus salários a preço de nada, aí então o yuan chegará ao seu patamar mínimo e da mesma forma, por mimetismo ou emulação, estancará neste ponto a queda do dólar. Enquanto isto, as nações que não desvalorizarem suas moedas, sofrerão processos endógenos de extinção de sua competitividade ou mesmo tendo vantagens comparativas na concorrência a perda da vantagem comparativa em razão do dumping monetário e social das demais nações que são indexadas a queda do dólar.

FENÔMENO ENDÓGENO – NO BRASIL – Quando foi estabelecido o Plano Real eu pessoalmente através de dezenas de artigos publicados na imprensa brasileira combati este plano pois estava indexado a teoria de Robert Mundell, prêmio Nobel de Economia, que visava o estabelecimento do acoplamento econômico através do fenômeno da globalização conectando mercados e estados nacionais através da simetria monetária que estabelecia internamente metas de inflação e monitoramento da emissão monetária ou meio circulante. Como vaticinamos com antecedência isto não poderia dar certo pois – e as pessoas só se deram conta vivenciando na carne a experiência para assim ter consciência do processo – ao que eu, antes da vivência, acusei que o processo não daria certo pois destruiria, pela sobrevalorização do real, causando um processo de importação de mercadorias exteriores, diminuindo e combatendo assim o processo de inflação interna, mas, no entanto detetizando a produção nacional onde ela não tivesse vantagens comparativas. O processo que aconteceu posteriormente não fugiu ao script desenhado por mim com antecipação. A partir de 2004 no artigo Câmbio descrevi a entrada dos americanos do FED no sistema do estabelecimento de um currency board em baixa fazendo com que o dólar fosse se desvalorizando exógenamente no substrato internacional. O Presidente Lula, como consignamos no artigo escrito em 05.01.2011, com o título A SORTE DE LULA teve uma vantagem incrível na sua economia pois pegou exatamente a transição entre o sistema de curency board em alta que detonou a economia de Fernando Henrique Cardoso, com câmbio fixo, fazendo com que Lula assumisse o novo câmbio livre e mantivesse vantagens cambiais até passar o bastão para a presidente Dilma. Esta já começou a pegar o forte do currency em baixa que fez com que o real fosse apreciando até chegar 1,65 dólar ou fração semelhante o que, começou a prejudicar muito as indústrias do Brasil pois elas tem um custo elevado em razão dos direitos sociais dos trabalhadores, da carga tributária, da falta de desenvolvimento tecnológico e gerencial, custo Brasil (infraestruturas – transporte –estrada – portos). Para evitar este processo recomendei através do texto de um artigo, publicado no Jornal do Comércio, a Reversão do Cavalo de Pau, que gradativamente o Banco Central invertesse os comandos e fosse paulatinamente baixando a taxa Selic, diminuindo o depósito compulsório nos Bancos, aumentando pari passu o meio circulante. No entanto o Banco Central à contrário sensu, ao invés de ir devagar ao pote foi de forma apressada fazendo uma descompressão total na Selic, com rapidez em demasia e pior ainda, com relação a base monetária onde no prazo de 5 meses, de maio a outubro deste ano aumentou a mesma em 50% a razão de 10% ao mês. Esta atitude temerária que chamei de DOPING ECONÔMICO, pois foi feita antes das eleições municipais e davam um alívio para a indústria auxiliada ainda pela desoneração de impostos que sustentava artificialmente o consumo estimulado pelo excesso de dinheiro canalizado para o crédito fácil. Ora, conforme meu entendimento o preço do dólar, com este tipo de mecanismo endógeno, A PREÇO REAL, estaria mais ou menos em 4,50 reais, no entanto, o Banco Central através da técnica de SWAPS constantes – escrevi um artigo sobre isto também: Eu só queria entender! Assim é que o Banco Central através destes SWAPS suja o valor do dólar, criando um mercado artificial, que mantém nosso câmbio, não num regime de câmbio flutuante como dizem mas, verdadeiramente, num regime de CÂMBIO MONITORADO POR SWAPS no valor induzido e constante de 2,0 e alguma coisa para baixo ou para cima. A manutenção deste processo artificial, que dá uma sobrevida ao capitalismo industrial nacional – órfãos do câmbio – poderá ser mantido artificialmente e por tanto tempo na razão direta do estoque de dólar em poder do Banco Central e através da emissão de títulos da dívida ou o próprio documento em que é feito o SWAP – com agravamento da dívida, perda das reservas nacionais e troca de dólar caro por dólar mais barato no futuro com perda de valores pela União. Fernando Henrique no começo tinha o Plano Real I, quando este caiu, passou para o Plano Real II que é o de câmbio livre http://www.sergioborja.com.br/SITE_ANTIGO_UFRGSS/O%20CURRENCY%20BOARD%20OU%20REAL%20II.pdf , mantido por Lula, coadjuvado pelo que José Dirceu chamou de Cavalo de Pau. Dilma agora foi para o Plano Real III como prelecionei em 2004 http://www.sergioborja.com.br/SITE_ANTIGO_UFRGSS/CAMBIO.pdf

Assim é, que o queda do dólar, de forma exógena, no ambiente externo, continuará a cair até alcançar ou chegar a uma forma de convivência paralela com o yuan chinês, enquanto isto as demais nações, submetidas ao dólar, como o Brasil e os Brics e toda a América Latina, ou contemporizam por alguns poucos anos, enquanto tiverem recursos, para não ficarem paritários com o dólar, fugindo momentaneamente do currency em baixa, ou acoplam-se naturalmente ao sistema de paridade cambial e dolarização em baixa, valorizando suas vantagens comparativas, no que tiverem, em detrimento de setores de indústria e mesmo de agro-negócio que não tenha vantagens comparativas e sobreviva, artificialmente, através da proteção do regime de câmbio sobrevalorizado em relação ao dólar. No Brasil os paradoxos já começaram a aparecer. Há uma estagnação do PIB, já prevista por mim, um processo de inflação que no meu entender é maquiado mas, que nos produtos importados, passa a criar uma afetação interna, pois mantendo-se artificialmente o câmbio desvalorizado, por exemplo, o trigo fica com valor alto afetando o valor do pão. Derivados de petróleo adquiridos no mercado externo forçam sua subida de preço no mercado interno. A Petrobrás, que mantém os valores dos derivados de petróleo, subsidiados para o mercado interno, em razão de seu congelamento por mais de 5 anos, passa por um processo grave de descapitalização que não poderá aguentar por muito tempo sob pena de acontecer o mesmo que aconteceu nos regimes militares que financiavam o processo de estancamento da inflação através do congelamento dos preços públicos de energia e serviços o que levou ao sucateamento do parque público causando sua venda pela Nova República no Governo FHC. Os preços de serviços internos como estão protegidos e não sofrem concorrencia por importação estão catapultados a razão de 3 por 1 é só ver o preço dos hotéis no Brasil comparados com o exterior. Assim é, que para mim, os paradoxos começarão a aparecer como já estão. Os funcionários estatais estão com salários congelados e sofrerão muito fazendo com que greves e movimentos paredistas aumentem frente ao estiolamento salarial. A Bolha Imobiliária, montada sob o Governo Dilma, devidamente impulsionada pelos governo através da Caixa Federal e Banco do Brasil, seguido do séquito de Bancos privados, paulatinamente, frente ao processo de inadimplência e sofreamento da procura tende a desinflar num processo de desabamento de créditos similar ao americano de 2008. A dívida pública, em face das desonerações, e em face do financiamento artificial do câmbio passará a sofrer um processo de incremento que da asfixia fiscal nos municípios, estados e na união, cuja dívida externa já beira 2 trilhões, levarão tudo isto, ao estarte de um processo de crise econômica semelhante aos já vividos pelos países do norte da África e os PIGS da União Européia. A federalização e divisão do pré-sal entre município e estados é uma tentativa de retirar estas unidades da federação da UTI financeira em que estão enterrados. Eu, se fosse empresário brasileiro do ramo industrial procuraria, agora, antes da agravação do processo ou me desfazer dos ativos ou estabelecer parcerias com chineses, ou capitais alternativos, para safar meus investimentos no Brasil pois a tendência futura é cada vez mais o estreitamento do processo econômico causado pelo efeito GUERRA DAS MOEDAS. Quando este processo exógeno for implantado totalmente, com a cessação das resistências interiores nas mãos dos Estados Nacionais, como Dilma, Mantega e Tombini o fazem ainda, resistindo, aquele empreendimento que não tiver vantagem comparativa soçobrará totalmente em razão da melhor competitividade dos produtos externos. Paradoxalmente o agronegócio nacional que saindo do sistema de economia subsidiada pelos governos militares, similar ao que vige nos EUA e Europa atualmente, e sendo forçados na Nova República pela lei militar 4504 Estatuto da Terra pelo MST e pelos governos granschistas que unidos ao capital internacional tentavam implantar um sistema toyotista just and time através da produção integrada dos neos-sem-terras agora já neos-proprietários fornecedores cativos de mão de obra barata as multinacionais que viriam, sem custo social algum pois trabalhando com neos-sem-terras e produtores em regime de cantina e cativos (produção de frango, porcos, peixes, tabaco etc) substituindo o sistema fordista-taylorista da velha plantation com seu conceito de plantation, este sistema que sobrou e sobreviveu as invasões dos sem-terras e do sistema granschista de FHC e Lula, este é que, com vantagens comparativas nunca jamais vistas e em regime de capitalismo total e competitividade total é, que ao final, manterá o Brasil com um perfil embasado no seu savoir fair knowhow com a chamada VANTAGEM COMPARATIVA BÁSICA do sistema brasileiro – O AGRONEGÓCIO. Esta visão catastrófica não é a que eu desejo ou que eu quero. Na realidade é a lógica impiedosa do sistema externo do dólar e da globalização que vem para ficar. Dentro dos Estados Unidos da América já existem há muitos anos aqueles que combatem o capital sem pátria e que não tem compromisso com o Estado Nacional. Apesar de estarem sediados nos EUA estes porta-vozes de defesa do Estado Nacional como Lyndon La Rouche, estão perdendo de 10 a zero pois o Estado Nacional, e nisto está incluído o Estado Norte-Americano, por um processo que parte do Estado Americano, suas multinacionais, que não são mais dos EUA, mas do mundo, junto com o capital mundial do planeta (Europa, Asia, África e Américas) implodirão os Estados Nacionais, criando a nova era prelecionada por Alvin Tofler e Keinichi Ohmae, seja, o Fim do Estado Nação. Os problemas ecológicos mundiais, a fome, a crise monetária, levarão para futuro, através de uma nova realidade internacional em que as Multinacionais ou Transnacionais Corporations, na visão de Hilfirding, seja o Socialismo Antagônico, conforme e financiada na forma vista por Peter Druker, no livro A Revolução Invisível, onde os fundos de operários e funcionários é que são os maiores acionistas das corporações, passem a dominar o processo econômico, sendo que a moeda, inevitavelmente na sua nova fórmula eletrônica, não mais física, será o elo de alavancamento do processo econômico que estabelecerá o DIREITO Á MOEDA, que é a sua constância no tempo e espaço real e virtual, linkando estes processos que embasam a nascente do novo mundo. Os Estados Unidos da América, como os demais estados, continuam como referências físicas da realidade geopolítica do século XVI ao XX, mas, a partir do século XXI, com a pressão sobre os estados nacionais, o processo de relativização das soberanias e a transformação do espírito nacional num espírito lúdico, dos heróis de futebol, heróis de fórmula 1, que são nacionais mas cujos financiamentos já são multinacionais, galvanizarão ainda os arquétipos culturais humanos, como Jung em O Homem e seus Símbolos, previra, não de forma substancial como o foram as  clãs, as gens, as tribos e depois substituindo-os, o estado nacional, mas numa manifestação virtual e descolada, intersubjetiva, do velho espírito tribal transformado na solidariedade humana cosmopolita onde o Homem é o Cidadão do Mundo, como queria Sócrates e até John Lenon eu seu hino Imagine. Quem viver verá….

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